sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Jogos eletrônicos podem auxiliar nos estudos, mas não devem ser muito didáticos

Por: Suellen Smosinski
Do UOL, em São Paulo

Jogos para videogames, computadores e celulares podem auxiliar no processo de aprendizagem escolar, mas devem evitar o tom muito didático, pois isso pode afastar o interesse dos alunos. “Os jogos comerciais oferecem um cenário muito interessante para a construção de aprendizagem, mas se a tentativa é usar os jogos só para ensinar ele vira uma coisa chata. O aluno joga uma vez e não joga mais”, afirmou Luciano Meira, professor de psicologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e colaborador da OJE (Olimpíada de Jogos Digitais e Educação).
Meira acredita que o uso dos jogos serve para iniciar conversações entre alunos e entre alunos e professores sobre conteúdos da escola. Ele cita como exemplo os jogos desenvolvidos pela OJE, que usam a mecânica clássica dos games, mas com temáticas relacionadas aos estudos. “Os meninos adoram jogos de tiro, é uma mecânica clássica. Nós temos um jogo de tiro, mas, no nosso caso, a gente não atira nem em zumbi, atiramos em bactérias que estão atacando e destruindo o corpo humano. É um jogo de guerra, só que dentro do organismo. O aluno faz uma imersão pelos sistemas, como o circulatório e o nervoso, e isso inspira e familiariza o estudante com imagens da representação científica”, contou Meira.

Angry Birds (http://www.angrybirds.com/): "O megassucesso "Angry Birds" virou moda entre professores de física", de acordo com Gilson Schwartz, professor da USP (Universidade de São Paulo) e diretor da Games for Change na América Latina. No jogo, pássaros são lançados contra porcos com o uso de um estilingue - a intenção é eliminar todos os porcos. O último lançamento do jogo foi o Angry Birds Space, em que a gravidade e a atmosfera dos planetas alteram a jogabilidade.
“Há uma infinidade de jogos que testam memória e outras competências cognitivas, portanto ajudam a desenvolver o cérebro como se estivéssemos numa academia. Ou seja, não só existem jogos desenhados para ajudar em processos de ensino e aprendizagem como alguns títulos aparentemente fora do universo educacional podem ser criativamente adotados por professores e alunos”, disse Gilson Schwartz, professor da USP (Universidade de São Paulo) e diretor da Games for Change na América Latina.
Para Schwartz, o principal desafio no uso dos games nos processos educacionais é superar três preconceitos: que os jogos alienam, que incitam a violência ou a competição exagerada e que são apenas brincadeira, ou seja, coisa para a hora do ‘recreio’. “Os games na educação vão ganhar importância na medida em que essas visões forem abandonadas, ou pelo menos contextualizadas, aplicadas em casos concretos onde efetivamente podem existir esses riscos”, afirmou.
Segundo Schwartz, “o uso dos games surge na medida em que percebemos o potencial de recorrer às novas tecnologias para desenvolver práticas pedagógicas capazes de combinar o pensar, o fazer (em especial, fazer novos games) e o brincar”. Para ele, a reflexão sobre ensino e tecnologia tornou-se absolutamente prioritária, mesmo entre aqueles que são contra o uso de computadores, celulares ou tablets em sala de aula ou no processo de aprendizagem.


Fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/08/24/jogos-eletronicos-podem-auxiliar-nos-estudos-mas-nao-devem-ser-muito-didaticos.htm

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Dicas de Educação

O que fazer quando os conflitos familiares se convertem numa constante e explodem por qualquer motivo? Como assumir e expressar raiva, medo, frustração ou tristeza, sem ter a impressão de colocar em risco o amor e a confiança? Como formar e educar as crianças sem recorrer ao castigo físico?

A resposta está em utilizar estratégias educativas que não utilizam a violência física e psicológica e que promovem o desenvolvimento físico, emocional e social dos filhos e filhas de forma saudável e participativa, o que chamamos de estratégias de educação positiva.

Educar não é nada fácil. Depois de um dia inteiro de problemas, mães e pais chegam em casa e precisam cuidar dos filhos. E as crianças querem atenção, nem sempre obedecem e pedem tudo. É muita pressão.

Nessa hora a palmada ou um tapinha de leve parecem uma boa ideia. Sem que a criança entenda direito, os mesmos pais que dão comida e beijinho de boa noite, de vez em quando aparecem com o chinelo na mão. Para não apanhar, as crianças passam a preferir a distância e o silêncio. Mentem para evitar brigas e escondem seus erros. Aos poucos, quase nada se resolve sem gritos ou ameaças. E o resultado disso é que as crianças, ao invés de respeitar os pais, ficam com medo deles.

Muitos pais apelam para a violência porque é comum acreditar que é a melhor forma de manter a autoridade e de proteger os filhos. Antigamente se achava que castigos físicos e humilhantes faziam parte da educação. Hoje, se sabe que não é bem assim. Existem formas carinhosas de educar que dão resultado. Reunimos aqui algumas dicas de educação que você pode aliar a estratégias específicas de educação positiva, para garantir ao seu filho um desenvolvimento pacífico, feliz e livre de violência.

1. Se acalme – Respire fundo antes de chamar a atenção de seu filho ou filha. Evite discutir os problemas enquanto estiver com raiva, porque nesses momentos podemos dizer coisas inadequadas para a aprendizagem das crianças, que podem magoá-las tanto quanto nos magoariam se fossem dirigidas a nós.

2. Sempre tente conversar com as crianças, mantendo abertos os canais de comunicação – Entender porque algo está acontecendo ao conversar com a criança é o primeiro passo para encontrarem a solução juntos.

3. Seja o exemplo - É preciso que você mantenha um comportamento que possa ser seguido pela criança. Por exemplo, beber suco diretamente da garrafa irá ensiná-lo que esse é um comportamento adequado. Assim como falar mal das pessoas depois de encontrá-las. Seu filho aprenderá muito mais com o seu exemplo do que com o que você diz a ele sobre o que é certo ou errado.

Isso vale também para os pequenos atos de higiene do cotidiano: escovar os dentes, lavar as mãos antes de comer, etc. É mais fácil para a criança criar e manter essa rotina se você também a realiza.

4. Jamais recorra a tapas, insultos ou palavrões – Como adultos não queremos ser tratados assim quando cometemos um erro. Então não devemos agir assim com nossos filhos. Devemos tratá-los da maneira respeitosa como esperamos ser tratados por nossos colegas, amigos ou pessoas da família, quando nos equivocamos. Precisamos compreender que as crianças são seres humanos como nós adultos.

5. Não deixe que a raiva ou o stress acumulados por outras razões se manifestem nas discussões com seus filhos – Seja justo e não espere que as crianças se responsabilizem por coisas que não lhes dizem respeito.

6. Converse sentado, somente com os envolvidos na discussão – Isso contribui para uma melhor comunicação. Mantenha a calma e um tom de voz baixo, segure as mãos enquanto conversam. Ocontato físico afetuoso ajuda a gerar maior confiança entre pais e filhos e acalma as crianças.

7. Considere as opiniões e ideias dos seus filhos – Muitas vezes as explicações sobre o ocorrido não são nem escutadas pelos pais. É importante ouvir o que as crianças têm a dizer. Tome decisões junto com eles, comprometendo-os com os resultados esperados. Se o acordo funcionar, dê parabéns. Se não funcionar, avaliem juntos o que aconteceu para melhorarem da próxima vez. A conversa é fundamental.

8. Valorize e elogie as atitudes positivas – Ela colocou a roupa suja no cesto de roupas, fez um desenho para você, amarrou o calçado sozinha ou colocou no lugar algo que você pediu? Elogie. Todas essas pequenas coisas são frutos de um esforço da criança, e o elogio é um estímulo.

9. Busque expressar de forma clara quais são os comportamentos que não gosta e te aborrecem – Explique o motivo de suas decisões e ajude as crianças a entendê-las e cumpri-las. As regras precisam ser claras e coerentes para que as crianças possam assimilá-las.

10. “Prevenir é melhor do que remediar, sempre” - Criar espaços de diálogo com as crianças desde pequenos colabora para que dúvidas e problemas sejam solucionados antes dos conflitos. Integrá-las nas atividades do dia a dia evita que tentem chamar a atenção de outras formas.

Se precisa fazer compras e terá que levar seu filho pequeno, você pode deixá-lo ajudar nas compras, conversando com ele sobre o que está comprando. Peça para ele falar o que acha de um determinado produto. Se for uma criança mais velha, ela pode ter maior mobilidade e ir pegar outros produtos enquanto você está em outro setor do supermercado.

11. Peça desculpas, todos erramos – Caso tenha errado e se arrependido, peça desculpas às crianças. Elas aprendem mais com os exemplos que vivenciam do que com os nossos discursos.

12. Procure compreender a criança e saber o que esperar dela – Uma criança de um ano e meio já consegue se alimentar sozinha e este é um comportamento que deve ser estimulado pelos pais e educadores. Mas é preciso paciência e, ao invés de se irritarem com a possível “lambança” que a criança irá fazer, estimule-a a se alimentar por conta própria. Plástico ou jornais embaixo da cadeira que a criança está comendo torna mais fácil a limpeza do local depois da refeição.

13. Deixe as consequências naturais do comportamento inadequado acontecerem ou aplique consequências lógicas – Consequência natural: a criança está brincando de maneira violenta com seus brinquedos. Você a avisa que ele pode se quebrar, mas ela continua a brincar da mesma maneira até que ele finalmente se quebra. Logo em seguida ela pede para você comprar outro. Neste momento, você deve relembrá-la do aviso que lhe foi oferecido e negociar com ela esta nova compra.

Consequência lógica: a criança não cumpre com o que foi acordado com os pais sobre xingar os irmãos. Ela, então, ficará no “cantinho do castigo” o tempo adequado para a sua idade.

Importante: consequências são diferentes de punições. Estas últimas machucam as crianças, física e emocionalmente, deixando-as com raiva, inseguras e tristes. Já as consequências ensinam. Mas é preciso ter cuidado para não submeter a criança a situações de perigo.

Fonte: www.naobataeduque.org.br/problemas/dicas-de-educacao